sábado, 14 de novembro de 2015

A/TEAR!

ATEAR!
ateia fogo na teia:
e a vida se incendeia...
mas quem ateia não se atém:
não sobrará mais ninguém
no lugar que se clareia;
e nada crescerá, além
de madrugadas sujas.
O TEAR:
as linhas se entrelaçam
no mesmo compasso,
estabelecendo laços,
pois tudo é uma coisa só,
pois tudo é um nada só:
a gente devora a árvore,
mastiga com dentes de aço,
a cidade engole a floresta
almejando mais espaço.
ATÉ/AR...
até perder o ar, o ar
em meio às camadas gris,
parar de respirar, respirar,
pintura monocromática,
sufocamento dos sentidos,
escala embaçada de cinza:
é a nossa vida que finda?
ou há esperança ainda?
(poema/conceito para a instalação A/TEAR, priscilapinto, 2015)

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