quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

dezembro

dezembro,
da janela interior vejo ao longe:
imagens que sobrevivem na memória,
lembranças de um quase sem-retorno,
enquanto me agarro nas luzes das ruas
e no cheiro das coisas transfiguradas
[perfumes, comidas & roupas novas];
dezembro,
o que fiz ? o que farei?
vejo os que ficaram e os que virão
a se alojar no meu peito quebrado,
então, serei mais que eu mesma:
enxergarei com muitos outros olhos,
lados extensos de tantas margens...
dezembro,
e eu me desmancho em mim,
troco de pele, faço mil planos,
escrevinho em blocos sem fim,
e me refaço para o ano que vem,
como quem se arruma para longa viagem
[o que posso querer, além do que ainda não?]
dezembro,
que tudo seja tão simples e belo,
como um amor sereno e sincero
de se embalar até dormir;
e de vez em quando eu seja vidro
para não chorar a ausência
dos que não estão mais aqui...

(Priscila Pinto, 2003/2013)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

revolta

Há, sim, revolta,
pois não há volta
para certas coisas.

A pura revolta da
alma, reviravolta,
não será calada!

E o peito mudo,
terá voz perene
diante de tudo...

(Priscila Pinto, 2013)

terça-feira, 26 de novembro de 2013

florestas de Mim


S/ título, série Florestas de mim, Priscila Pinto, 2008
















ah, amado canto,
onde apago o pranto...
quando num instante absurdo-mudo
- suspensão da alma-
fecho os olhos e recebo assim,
no mais profundo fundo,
o encanto
das coisas imaginárias;
percorro espaços sem fim
enquanto linhas e cores acentuam
as extensões do que sou:
florestas de mim...

(Priscila Pinto,2008)





Para quem se interessar, a série Florestas de mim está disponível em: Álbum Florestas de Mim 


sábado, 23 de novembro de 2013

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

aos meus amigos artistas



Vocês voltarão mais tarde,
quando o sol estiver queimando,
ou no meio da madrugada...
Virão com suas tintas e telas enroladas debaixo do braço,
violões, câmeras fotográficas e máscaras;
Estenderão seus sonhos como toalha de mesa
e servirão o doce e o fel;
Virão como quem atravessa a realidade,
como se entendessem a náusea
que toma conta da humanidade;
Virão para humanizar o homem
e para falar por quem não pode;
Virão para beber tudo num só gole, num só fôlego,
como se quisessem engolir o fogo
que os consome, que os devora;
Revelarão o que o corpo transporta,
o que o tempo não leva, o que da alma transborda...
Pintarão o sonho, o desejo de mudança e a esperança:
Viver da arte, pela arte e para a arte! 

(Priscila Pinto, 2004-2012.
a  todos os meus amigos, alunos e colegas de ofício).

sábado, 16 de novembro de 2013

o melhor lugar do mundo

o melhor lugar do mundo
este, ah, é tão relativo...
pode ser junto da natureza,
no topo do prédio mais alto,
nos braços do seu amor,
no colo de sua mãezinha,
na sua cama tão macia,
no barzinho da esquina...
muda com o tempo,
muda com o vento,
muda com a vida!
sempre assim: no fundo,
o melhor lugar do mundo
está bem dentro de nós!

(priscilapinto, 2013)

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

refletindo...

Às vezes, refletimos sobre o caminho que tomamos nesta vida... Não adianta jogar a culpa nos outros
nem em Deus pelo que der errado. Somos nós os responsáveis pelas nossas escolhas, pelo nosso percurso, pelo impacto que causamos aos outros, pelas consequências, boas ou más, de nossa passagem. Assim, devemos assumir nossas responsabilidades, tendo a noção de que somos seres humanos e estamos sujeitos a erros e acertos. Que tropeçamos aqui, mas nos levantamos logo ali para recomeçar, de peito aberto, enfrentando o mundo.