no último dia do ano
a tatear desenganos:
a busca é tão humana
e a vida é tão insana!
nos corações restam
só esperanças nuas
espalhadas nas ruas;
somos a incompletude
que carregamos apenas...
será que vale a pena?
o tempo escorre
como quem corre
essa vida/corrida;
um ano termina,
o outro começa,
e vamos nessa!
(priscilapinto, quase 2016)
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
the jungle art experience
coming soon !!! art and life in the amazon rainforest...
the jungle art experience* by Priscila Pinto
*blog with images and videos in the Amazon rainforest in different moments, showing my experience in the jungle as an artistic form of expression itself. in: www.thejungleartexperience.blogspot.com.br
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
o mundo não se traduz...
quando algo já era,
outro lado se revela:
lado esse, barco a vela
navegando em aquarela...
noite densa, vaga-lumes,
espada-faca de mil gumes;
pés descalços na areia,
cores, cantos de sereia...
um instante, vem a luz!
clareia e me encandeia,
enquanto o raio conduz
a vida e sua grande teia:
o mundo não se traduz...
(priscilapinto, 2015)
outro lado se revela:
lado esse, barco a vela
navegando em aquarela...
noite densa, vaga-lumes,
espada-faca de mil gumes;
pés descalços na areia,
cores, cantos de sereia...
um instante, vem a luz!
clareia e me encandeia,
enquanto o raio conduz
a vida e sua grande teia:
o mundo não se traduz...
(priscilapinto, 2015)
para andré, in memoriam...
quem vai se importar com os andrés,
com as marias, os tiagos e os josés,
se a cidade das luzes não for paris,
se a existência não for por um triz,
se a bandeira virar acessório da elite?
quem vai chorar por quem não existe?
quem já lutou por um pedaço de chão
e quem já chorou pela falta de um pão...
ah, vai segurar as alças desse caixão!
com as marias, os tiagos e os josés,
se a cidade das luzes não for paris,
se a existência não for por um triz,
se a bandeira virar acessório da elite?
quem vai chorar por quem não existe?
quem já lutou por um pedaço de chão
e quem já chorou pela falta de um pão...
ah, vai segurar as alças desse caixão!
(priscilapinto, 2015)
sábado, 5 de dezembro de 2015
quem é que mata quem?
acorda brasil !
quem é que mata quem?
quem sofre as consequências
de tamanho desdém?
quem nasce com destino
predefinido por fuzil?
qual a cor do menino
que não vai se dar bem?
acorda brasil !
quem é que mata quem?
quem é que mata quem?
quem sofre as consequências
de tamanho desdém?
quem nasce com destino
predefinido por fuzil?
qual a cor do menino
que não vai se dar bem?
acorda brasil !
quem é que mata quem?
(priscilapinto, 2015)
terça-feira, 24 de novembro de 2015
na boca da floresta...
Projeto the jungle art experience, Priscila Pinto, 2015
na boca da floresta,
eu peço licença
pra poder entrar.
segundo silente:
eu prendo o ar
e me deixo levar...
(priscilapinto, 2015)
je ne sais pas...
eu te amo
ou te odeio?
não sei mais...
aah, i love you...
no, no, wait :
i hate you!!!
is this love?!
ooh, je t´aime!
je ne sais pas...
oui, je t´aime!
je ne sais pas...
(priscilapinto, 2015)
ou te odeio?
não sei mais...
aah, i love you...
no, no, wait :
i hate you!!!
is this love?!
ooh, je t´aime!
je ne sais pas...
oui, je t´aime!
je ne sais pas...
(priscilapinto, 2015)
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
o jardim da artista
se faz de cores inventadas,
de primaveras que juntei todas
e misturei num copo do mundo.
meu jardim é assim : belo e estranho,
pequeno e também imenso,
cabe nos cantos de tudo
e não está em lugar nenhum...
o jardim que sonhei para mim
é uma verdade imaginária,
um refúgio, um bálsamo,
um espaço impensável
de uma botânica fantástica
que existe sem nem existir.
minhas flores e folhagens,
minha terra enriquecida,
meus elementos queridos
de formas estilizadas...
ah, jardim de mil faces
mostra-te inteiro, enfim!
(priscilapinto, 2010)
cogumelos me levam...
as flores não
são apenas flores...
cogumelos me
levam...
tudo que vejo
pode ser transformado no que desejo:
folhas de
espécies diversas, formas que nem sabia,
emaranhado de
linhas que embola a imaginação,
coisinhas
pequenas, coloridas, luminosas...
a busca pelo
meu lugar é espiritual:
é a imensidão
do espaço compreendida
na expansão ilimitada
de minha alma...
(priscilapinto,
2008)
sobre florzinhas e criaturas...
Projeto Jungle experience, Priscila Pinto, 2015
acho que não sei mais
fazer coisa fofuchinha,
só pintar umas florzinhas...
tão fácil e meigo de se fazer,
mais fácil ainda de se admirar,
e até mesmo de se vender...
mas não sei mais ser assim,
toda cheia de denguinho...
talvez tenha embrutecido
(ou me achado e me perdido?)
no meio desse caos vital,
o que resta é o que restará:
a insustentabilidade de ser
uma doce moça previsível,
enquanto domo um furacão
no peito, dormente vulcão;
alguma coisa fora da norma,
um tanto torta, indefinida,
sem tamanho, sem medida,
que me afasta; e, escondida,
toma distância da multidão.
prefiro lidar com as criaturas,
floresta úmida, mato adentro,
linhas, formas, som do vento:
raízes grossas, galhos secos,
pedras, tocos, corre o tempo,
nascem calos, firo as mãos,
carrego peso, vou ao chão...
e encontro, por um instante,
paz fugaz no meu coração...
(priscilapinto, 2015)
acho que não sei mais
fazer coisa fofuchinha,
só pintar umas florzinhas...
tão fácil e meigo de se fazer,
mais fácil ainda de se admirar,
e até mesmo de se vender...
mas não sei mais ser assim,
toda cheia de denguinho...
talvez tenha embrutecido
(ou me achado e me perdido?)
no meio desse caos vital,
o que resta é o que restará:
a insustentabilidade de ser
uma doce moça previsível,
enquanto domo um furacão
no peito, dormente vulcão;
alguma coisa fora da norma,
um tanto torta, indefinida,
sem tamanho, sem medida,
que me afasta; e, escondida,
toma distância da multidão.
prefiro lidar com as criaturas,
floresta úmida, mato adentro,
linhas, formas, som do vento:
raízes grossas, galhos secos,
pedras, tocos, corre o tempo,
nascem calos, firo as mãos,
carrego peso, vou ao chão...
e encontro, por um instante,
paz fugaz no meu coração...
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
arte-vida,vida-arte...
arte-vida,vida-arte...
como se uma
pertencesse a outra
do início ao fim...
arte-vida, vida-arte:
só pode ser assim!
como se uma
pertencesse a outra
do início ao fim...
arte-vida, vida-arte:
só pode ser assim!
(priscilapinto, 2015)
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
sobre as tragédias do mundo...
os dedos travam, estremeço: só vejo sangue e lama!
uma tragédia atrás da outra, sem pausa para respirar.
juro, tentei escrever um poema, mas só consigo chorar...
(priscilapinto, 2015)
uma tragédia atrás da outra, sem pausa para respirar.
juro, tentei escrever um poema, mas só consigo chorar...
(priscilapinto, 2015)
sábado, 14 de novembro de 2015
chuva
e ela veio hoje cedo,
bem de manhãzinha,
antes dos passarinhos,
antes do brilho do sol,
refrescando a gente,
cantando no telhado,
lavando a maldade,
alegrando a cidade,
molhando seu chão
tão seco de tanto pó!
saudade da chuva,
do cheiro do mato,
da terra umedecida
prenúncio de lama,
pegadas pela casa,
pano de chão a postos:
lar movimentado,
dia abençoado!
bem de manhãzinha,
antes dos passarinhos,
antes do brilho do sol,
refrescando a gente,
cantando no telhado,
lavando a maldade,
alegrando a cidade,
molhando seu chão
tão seco de tanto pó!
saudade da chuva,
do cheiro do mato,
da terra umedecida
prenúncio de lama,
pegadas pela casa,
pano de chão a postos:
lar movimentado,
dia abençoado!
(priscilapinto, 2015)
queimadas
queima a amazônia!
insônia na madrugada.
mas quem se importa,
se é só fechar a porta
e fingir que não é nada?
(priscilapinto, 2015)
insônia na madrugada.
mas quem se importa,
se é só fechar a porta
e fingir que não é nada?
(priscilapinto, 2015)
teia sobre folha
a teia de aranha após a chuva
costura com luz o tecido verde...
costura com luz o tecido verde...
(priscilapinto, 2015)
mais verde e menos cinza
Jardim-luz, da série O Jardim da Artista II, 2012
manaus,
mais verde e menos cinza!
é o que sempre te desejo
não só hoje, mas toda vida,
a tua e a minha, nossa vida...
por que tudo é interligado:
bichos e plantas e gente,
mesmo espaço sagrado
dos habitantes do mundo...
enquanto seres viventes,
a cidade também nos habita,
habitemo-nos, pois, sabiamente!
que a estupidez não seja o fim,
que a cidade se encha de cor,
de árvores, um imenso jardim,
sonho úmido e luz difusa,
um canto para acalentar
a nossa alma tão cansada,
não uma casa encimentada,
não uma casa esfumaçada!...
(priscilapinto, pelo aniversário de manaus, 2015)
quem é você?
quem é você
que acha que sabe
do meu quintal?
quem é você
que fala do meu quintal?
não sabe da cor, nem do som,
nem do cheiro ou da luz;
não sabe do riso ou do tom
do invisível que seduz...
quem é você
que fala sem pertencer?
quem é você ?
...
(to be continued...priscilapinto, 2015)
que acha que sabe
do meu quintal?
quem é você
que fala do meu quintal?
não sabe da cor, nem do som,
nem do cheiro ou da luz;
não sabe do riso ou do tom
do invisível que seduz...
quem é você
que fala sem pertencer?
quem é você ?
...
(to be continued...priscilapinto, 2015)
linhas
as linhas se espalham
vão do chão à parede:
o que nos liga dentro/fora?
a trama se desenrola: é rede!
(priscilapinto, 2015)
vão do chão à parede:
o que nos liga dentro/fora?
a trama se desenrola: é rede!
(priscilapinto, 2015)
A/TEAR!
ATEAR!
ateia fogo na teia:
e a vida se incendeia...
mas quem ateia não se atém:
não sobrará mais ninguém
no lugar que se clareia;
e nada crescerá, além
de madrugadas sujas.
O TEAR:
as linhas se entrelaçam
no mesmo compasso,
estabelecendo laços,
pois tudo é uma coisa só,
pois tudo é um nada só:
a gente devora a árvore,
mastiga com dentes de aço,
a cidade engole a floresta
almejando mais espaço.
ATÉ/AR...
até perder o ar, o ar
em meio às camadas gris,
parar de respirar, respirar,
pintura monocromática,
sufocamento dos sentidos,
escala embaçada de cinza:
é a nossa vida que finda?
ou há esperança ainda?
ateia fogo na teia:
e a vida se incendeia...
mas quem ateia não se atém:
não sobrará mais ninguém
no lugar que se clareia;
e nada crescerá, além
de madrugadas sujas.
O TEAR:
as linhas se entrelaçam
no mesmo compasso,
estabelecendo laços,
pois tudo é uma coisa só,
pois tudo é um nada só:
a gente devora a árvore,
mastiga com dentes de aço,
a cidade engole a floresta
almejando mais espaço.
ATÉ/AR...
até perder o ar, o ar
em meio às camadas gris,
parar de respirar, respirar,
pintura monocromática,
sufocamento dos sentidos,
escala embaçada de cinza:
é a nossa vida que finda?
ou há esperança ainda?
(poema/conceito para a instalação A/TEAR, priscilapinto, 2015)
quarta-feira, 8 de julho de 2015
poemeto da esperança
resta esperança:
apesar de tudo,
a crise passará!
sim, a crise do tudo
... evanescerá!
no mesmo barco
e não percebemos:
não adianta brigar.
um dia essa crise,
essa crise de tudo,
essa crise danada,
essa crise de nada,
com luta e labuta...
ufa, há de passar!
apesar de tudo,
a crise passará!
sim, a crise do tudo
... evanescerá!
no mesmo barco
e não percebemos:
não adianta brigar.
um dia essa crise,
essa crise de tudo,
essa crise danada,
essa crise de nada,
com luta e labuta...
ufa, há de passar!
(priscilapinto, 2015)
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