quinta-feira, 29 de maio de 2014

olha o olho




a revolução cultural está na mente,
não sai da boca de quem mente!
não é preciso arma ou estilhaço:
a consciência é o primeiro passo;

nem de fogo ou mera gritaria,
a inteligência será a guia
para aprender a dizer não
sem perder a sua razão;

reconhecer quem é quem
em jogo de carta marcada;
saber como se posicionar,
mesmo que te sobre o nada!

pois a história irá revelar
de que lado você ficará:

quem babou e quem calou,
quem permitiu ou se omitiu,
quem inovou ou repetiu
o prato que se come frio...

olha o olho que tudo vê:
é o mesmo que antevê
o que vai acontecer!

olha o olho que tudo vê:
é o mesmo que antevê
o que vai acontecer!

(priscila pinto, 2014)



quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

janeiro

primeiro dia do ano:
adormeço com os fogos,
amanheço com os pássaros...
o céu, vestido de azul puro e limpo,
espelha a esperança do mundo!
assim espero, assim esperamos,
a cada início de janeiro,
possamos nos refazer;
e que restem sempre inteiros
nossa alma e coração.

(Priscila Pinto, 2014)
Pássaro-sonho, Priscila Pinto, 2008

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

dezembro

dezembro,
da janela interior vejo ao longe:
imagens que sobrevivem na memória,
lembranças de um quase sem-retorno,
enquanto me agarro nas luzes das ruas
e no cheiro das coisas transfiguradas
[perfumes, comidas & roupas novas];
dezembro,
o que fiz ? o que farei?
vejo os que ficaram e os que virão
a se alojar no meu peito quebrado,
então, serei mais que eu mesma:
enxergarei com muitos outros olhos,
lados extensos de tantas margens...
dezembro,
e eu me desmancho em mim,
troco de pele, faço mil planos,
escrevinho em blocos sem fim,
e me refaço para o ano que vem,
como quem se arruma para longa viagem
[o que posso querer, além do que ainda não?]
dezembro,
que tudo seja tão simples e belo,
como um amor sereno e sincero
de se embalar até dormir;
e de vez em quando eu seja vidro
para não chorar a ausência
dos que não estão mais aqui...

(Priscila Pinto, 2003/2013)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

revolta

Há, sim, revolta,
pois não há volta
para certas coisas.

A pura revolta da
alma, reviravolta,
não será calada!

E o peito mudo,
terá voz perene
diante de tudo...

(Priscila Pinto, 2013)

terça-feira, 26 de novembro de 2013

florestas de Mim


S/ título, série Florestas de mim, Priscila Pinto, 2008
















ah, amado canto,
onde apago o pranto...
quando num instante absurdo-mudo
- suspensão da alma-
fecho os olhos e recebo assim,
no mais profundo fundo,
o encanto
das coisas imaginárias;
percorro espaços sem fim
enquanto linhas e cores acentuam
as extensões do que sou:
florestas de mim...

(Priscila Pinto,2008)





Para quem se interessar, a série Florestas de mim está disponível em: Álbum Florestas de Mim 


sábado, 23 de novembro de 2013

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

aos meus amigos artistas



Vocês voltarão mais tarde,
quando o sol estiver queimando,
ou no meio da madrugada...
Virão com suas tintas e telas enroladas debaixo do braço,
violões, câmeras fotográficas e máscaras;
Estenderão seus sonhos como toalha de mesa
e servirão o doce e o fel;
Virão como quem atravessa a realidade,
como se entendessem a náusea
que toma conta da humanidade;
Virão para humanizar o homem
e para falar por quem não pode;
Virão para beber tudo num só gole, num só fôlego,
como se quisessem engolir o fogo
que os consome, que os devora;
Revelarão o que o corpo transporta,
o que o tempo não leva, o que da alma transborda...
Pintarão o sonho, o desejo de mudança e a esperança:
Viver da arte, pela arte e para a arte! 

(Priscila Pinto, 2004-2012.
a  todos os meus amigos, alunos e colegas de ofício).